A zona oriental da cidade do Porto tem vindo, ao longo dos últimos anos, a renascer quase das cinzas. De facto, um pouco marginalizada quando comparada com outras zonas da cidade, a parte oriental tem vindo a ser alvo de interesse crescente por parte da nova população que procura ali estabelecer-se e também por parte da gestão camarária que tem procurado incentivar a reabilitação da zona. Veja-se, a título de exemplo, o investimento dos Jardins e Parques Urbanos da zona oriental e a parceria que resultou na requalificação da Casa de São Roque.
Esta última merece um destaque particular, e a atenção do caro leitor!
Até há pouco quase em ruínas, a casa renasceu fruto de uma reabilitação primorosa que lhe devolveu o glamour e pôs em evidência a pérola arquitectónica que efectivamente é!
A casa, também conhecida por Palacete Ramos Pinto, fica situada no Parque de São Roque da Lameira, na freguesia de Campanhã, e pretende ser hoje um novo polo cultural da cidade. A casa vai dar a conhecer ao público grande parte da coleção de arte Peter Meeker/Pedro Álvares Ribeiro, estando actualmente patente a exposição “Inventória” com trabalhos assinados por Ana Jotta e a curadoria de Barbara Piwowarska.
Historicamente, temos de recuar até 1759, altura em que, fazendo parte da Quinta da Lameira, a casa funcionou como mansão e pavilhão de caça, como era típico na burguesia e nas famílias nobres do Porto de então. No século XIX, pertenceu à família de Maria Virginia de Castro, que em 1888 se casou com António Ramos Pinto, um dos mais conhecidos produtores e exportadores de vinho do Porto. Foi ele quem promoveu uma primeira remodelação da casa ao arquitecto José Marques da Silva (o mesmo que projectou a estação de São Bento).
Em 1979, toda a quinta e a casa foram adquiridas pela Câmara Municipal do Porto ao último dono, tendo sido preservados a mobília e os objectos mais importantes da casa (hoje em uso na colecção da Casa do Roseiral).
A Casa São Roque é hoje um exemplar marcante das casas da época no Porto, pela suas caraterísticas arquitetónicas e decorativas, acompanhada do seu magnifico jardim, no qual temos de destacar as belíssimas camélias (que inspiram toda uma programação na cidade nos próximos dias 2 a 9 de Março), da qual faz também parte uma visita guiada às camélias centenárias da Casa de são Roque no dia 2 de Março pelas 10h30 com o Professor Armando Oliveira.
A casa é linda, o jardim magnifico, a exposição actualmente patente desafiante – não dará o seu tempo por perdido se lhes dispensar uma visita!
Para mais informações e acompanhamento da oferta disponível, não deixe de consultar: https://www.casasroque.art/pt/
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