Curiosidades

Um memorial feito de destroços
13 Agosto, 2018 / ,

 

No cemitério de Agramonte, na zona da Boavista, uma gigantesca arca preenchida com ferros queimados e retorcidos lembra uma das maiores tragédias da cidade.

Na noite de 20 de março de 1888, um violento incêndio destruiu completamente o Teatro Baquet, um edifício com duas entradas (pela Rua de Sá da Bandeira e Rua de Santo António, atual Rua 31 de janeiro). Nessa noite fatídica, a sala estava cheia e no palco representava-se uma ópera cómica. Numa mudança de cenário, um dos panos tocou na chama da iluminação a gás. Devido aos materiais,  à antiguidade do edifício e à inexistência de um plano de segurança, o fogo propagou-se rapidamente e 120 pessoas terão morrido nessa tragédia.

O incêndio levou a que fossem redobrados os cuidados com a segurança em todas as salas de espetáculo da cidade e, para que tal desgraça nunca mais fosse esquecida foi feito um memorial no Cemitério de Agramonte. O mausoléu, que ainda hoje intriga quem desconhece este episódio da história da cidade, foi feito com pedaços de ferro e tem no topo uma grande coroa de martírios, também em ferro.

CORTEJO DO TRAJE DE PAPEL NA FOZ DO DOURO
9 Agosto, 2018 / , , , ,

Os verões na zona mais ocidental do concelho do Porto têm anualmente uma animação cultural muito característica e peculiar – mas, sobretudo, única. De meados de junho a meados de setembro, a União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde recebe as Festas de São Bartolomeu, um conjunto de atividades que anima as ruas e une populações e visitantes.

O Cortejo do Traje de Papel é, reconhecidamente, o momento mais esperado das festividades, com uma história que ultrapassa já a centena e meia de anos e que na última década tem ganho especial relevo na cidade.

 

São meses de trabalho e preparação, com um foco permanente nas raízes, na história e nas estórias da região. A 2ª Invasão Francesa de 1809 e a Libertação da Cidade do Porto é o tema para o Cortejo do Traje de Papel em 2018, que decorrerá no dia 26 de agosto. São metros e metros de papel, cirurgicamente trabalhados por mãos dedicadas que mantêm vivo este momento festivo da cidade.

Só em figurantes, a edição deste ano conta com 350, oriundos de coletividades e associações da União de Freguesias, que se juntam às restantes centenas que visitam a Foz do Douro para viver esta experiência ímpar.

O formato atual tem 75 anos e integra um percurso que procura chegar aos principais centros nevrálgicos da história da Foz do Douro. O desfile de trajes inicia-se pelas 10h30 e passa pela Cantareira, rica pela sua tradição piscatória.

Depois da passagem inevitável pelo carismático Jardim do Passeio Alegre, espaço cúmplice de muitos intelectuais que preenchem a cultura da Foz do Douro e do Porto, o Cortejo prossegue até à Praia do Ourigo, na qual se realizam os Banhos de Mar, um dos momentos mais marcantes das Festas de São Bartolomeu.

Estes banhos estão repletos de tradição e lendas. Também conhecidos como “banhos santos”, estes mergulhos nas águas do Atlântico – sete, como manda a tradição – representam uma forma de agradecer os favores de São Bartolomeu no ano transato e de livrar e expurgar as maleitas ao longo dos próximos doze meses.

Os participantes da edição deste ano provêm do Bloco da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, da Associação de Moradores do Bairro Social da Pasteleira – Previdência, da Associação de Moradores do Bairro Social de Aldoar e do Orfeão da Foz do Douro.

Muitas são as personalidades da cidade e não só que se juntam a esta tradição, mostrando que a cidade é feita de todos e com todos, mesmo na mais popular das suas tradições.

As barbearias tradicionais do Porto
20 Julho, 2018 / , , ,

Estas são nove das barbearias tradicionais na cidade do Porto e todas se situam entre o Hospital Santo António e a Estação de São Bento.

Também tradicional é a decoração destas barbearias, com cadeirões de ferro e instrumentos de latão capazes de aguentar décadas de uso. Os profissionais também acompanham esta longevidade: muitos são senhores de idade avançada com o cabelo descolorado pelo tempo e os dedos hábeis envoltos em rugas.

  • Barbearia Porto: Nasceu em 1946, mas dessa data só restam as cadeiras e uma caixa de engraxador. O resto da decoração vintage foi trazida pelos novos proprietários. Fica a dois passos dos Aliados.
  • Barbearia Garrett: Desde 1979 nas mãos de Acácio Branco, esta barbearia encontra-se a poucos metros da Câmara Municipal do Porto. Com uma decoração à moda antiga, este estabelecimento só tem clientes masculinos.
  • Oficina do Cabelo: Antiga barbearia Tinoco, reabriu com este nome. De 1929 mantém os lavatórios em mármore, cadeiras em ferro, enormes espelhos e chão revestido com mosaicos em leque. É hoje considerada património do Porto.
  • Barbearia Santo António: Não é muito maior do que um corredor, mas traz muita história nas mãos de António Cardoso. São mais de 50 anos de cortes no início da Rua 31 de Janeiro.
  • Barbearia Norton: Nesta barbearia, na zona da Batalha, fala-se de tudo e mantém-se viva a tradição do barbeiro de bairro, com cadeiras de couro, pincel para a barba e navalhas para a barba.
  • Salão Veneza: São quase 90 anos de vida e mais de 70 de barbeiro. Nestas poltronas bordeaux já se sentaram figuras incontornáveis da nossa história.
  • Barbearia Sport: Foi em 1942 que se instalou no Porto esta barbearia que viveu uma era em que se perdia mais tempo a embelezar o bigode do que a cortar o cabelo.
  • Barbearia Invicta: Aventino Silva está nesta barbearia desde os 10 anos e apesar da chegada das lâminas não perdeu clientes.
  • Barbearia Orlando: Já conta com dois espaços no Porto, mas é na Rua Álvaro Castelões que se mantém a tradição, os clientes e as conversas sobre tudo.

Fonte: “Os bigodes à antiga e a arte de os fazer bem feitos” – Prova de Aptidão Artística de Edgar Duarte (Escola Artística Soares dos Reis)

A fonte que mudou de lugar
20 Julho, 2018 /

A Fonte das Oliveiras nem sempre esteve no Largo Alberto Pimentel.

Construída em 1718 para aproveitar as águas de nascentes que existiam perto da Rua das Oliveiras. Em 1823, quando as águas do aqueduto de Paranhos foram desviadas, a fonte sofreu uma pequena remodelação. O facto de ser muito procurada e de as pessoas ocuparem a via pública enquanto esperavam para encher os cântaros fez com que fosse transferida para um local mais calmo.

Em 1866 foi desmontada e seria reconstruída, em 1879 no Largo Alberto Pimentel, onde se encontra até hoje. Está encostada a um edifício de oitocentista, com a fachada revestida a azulejos. Em 1941 foi limpa e restaurada.

A fonte, fonte é composta por um espaldar e por um pilar central. A única decoração é uma concha que envolve um golfinho, que funciona como bica. O tanque é também bastante simples.

 

O elevador dos Guindais
16 Julho, 2018 / , ,

Hoje em dia existe o funicular, mas no fim do século XIX o percurso entre a Batalha e o Cais dos Guindais era feito por um elevador. Inaugurado a 4 de junho de 1891, sofreu, dois anos depois, um acidente que ditou a sua paragem durante mais de 100 anos.

O elevador surgiu para que fosse feita a ligação entre o Cais dos Guindais, local onde chegavam, de barco, produtos alimentares e a zona da Batalha que, pela sua localização central, era um ponto de distribuição destes produtos para outros pontos da cidade. A diferença entre o ponto mais alto e o mais baixo era de 75 metros, mas existiam dois níveis de inclinação diferentes (7% e 47%). O engenheiro portuense Raul Mesnier fez o projeto e a obras iniciaram-se em 1889. A pedreira dos Guindais foi desmontada, o elevador construído e, depois de vários testes, inaugurado em junho de 1891.

O transporte era feito por três carros – um de contrapeso e dois principais, com 5,6 metros de comprimento e capacidade para 40 pessoas. Na parte central destes carros existiam compartimentos de luxo, com tapetes, assentos estofados e persianas. As viagens decorriam de cinco em cinco minutos e custavam 40 reis, mas o grande investimento necessário à construção e manutenção do elevador nunca foi compensado pela receita. Em 1893, um acidente – apenas com prejuízos materiais – ditou o seu encerramento. O atual funicular foi inaugurado em 2004.

Fonte: O Tripeiro 7ª série Ano XXII nº 3 Março 2003

Cerveja made in Portugal
26 Abril, 2018 / ,

A cerveja é uma das bebidas preferidas em qualquer altura do ano, mas é no verão que sabe melhor, a acompanhar uma refeição leve, numa tarde na esplanada ou até num concerto ao ar livre.

Cerveja e verão combinam bem e complementam-se. Talvez por isso, os portugueses, para além de grandes apreciadores de cerveja, são também produtores de marcas reconhecidas internacionalmente. É o caso da Super Bock, fabricada a poucos quilómetros do Porto, que é única marca no mercado a ganhar 36 medalhas de ouro no concurso internacional Monde Selection da la Qualité. A cor, o sabor, a espuma e o corpo são únicos e fazem com que seja a preferida dos portugueses e estrangeiros que visitam Portugal. A mesma fábrica produz também a Cristal, a cerveja mais antiga do mercado português. Existe desde 1890 e também já conquistou várias medalhas de ouro. Para quem prefere cervejas com menos álcool, a Cheers garante o melhor sabor e mais leveza.

Queima das Fitas – A grande festa dos estudantes do Porto
26 Abril, 2018 / , ,

De 6 a 12 de maio os estudantes universitários do Porto estão em festa e a cidade é invadida por uma enorme onda de cor e alegria. Concertos, um gigantesco cortejo e várias atividades culturais envolvem mais de 350 mil estudantes.

A tradição mantem-se há décadas. Durante uma semana, os estudantes universitários do Porto estão em festa, saindo à rua com os trajes académicos, vestes negras que ganham cor cartolas, bengalas e fitas nas pastas que ostentam a cor de cada curso. A festa começa com uma monumental serenata, às zero horas de domingo, dia 6. Na terça-feira, durante a tarde e noite, os estudantes percorrem as ruas da cidade num cortejo que acaba por envolver os seus familiares, os portuenses e os turistas. O cortejo começa junto à Reitoria da Universidade do Porto e termina nos Aliados.

A Missa da Bênção das Pastas, que também tem lugar nos Aliados, é outro dos pontos altos de um intenso programa, que inclui também concertos no Parque da Cidade.

Igreja de Santo Ildefonso
18 Abril, 2018 / , , ,

A Igreja de Santo Ildefonso tem cerca de 11.000 azulejos na frontaria e nos lados das torres sineiras.

Estes azulejos são da autoria de Jorge Colaço, que também criou os azulejos da Estação de São Bento, e representam cenas da vida de Santo Ildefonso e do Evangelho. Foram colocados apenas em 1931, mas a construção da igreja é bastante mais antiga.

A Igreja de Santo Ildefonso começou a ser construída em 1709, tendo a primeira fase (ainda sem as torres sineiras) ficado concluída em 1730. No interior destacam-se oito vitrais e um retábulo em talha barroca e rococó da primeira metade do século XVIII, da autoria de Nicolau Nasoni. Ao visitar esta igreja, situada em plena Baixa do Porto, não deixe de prestar atenção a duas grandes telas de 5,80 x 4,30 metros, suspensas nas paredes laterais, pintadas entre 1785 e 1792.

Na zona do coro existe um órgão de tubos do início do século XIX, que foi restaurado. A igreja apresenta também vestígios de um antigo cemitério, descoberto aquando das obras de recuperação do pavimento realizadas em 1996.

Foi a partir da escadaria desta igreja que em 1891 foram disparados os tiros que acabariam com a revolução que foi a primeira tentativa de implantação da República em Portugal.

Um sabor único com séculos de tradição – O que precisa de saber sobre o Vinho do Porto
18 Abril, 2018 / , , ,

Produzido na Região Demarcada do Douro, é mundialmente famoso e pode ser saboreado nas mais diversas ocasiões.

Os socalcos e o clima do Douro aliam-se à experiência adquirida durante séculos para criar um vinho único no mundo, com um aroma e sabores exclusivos, que apresenta uma grande diversidade de cores – que vão desde o retinto ao branco pálido, passando pelo branco dourado) e doçuras (muito doce, doce, meio-seco ou extra seco).

O tipo de envelhecimento leva a dois tipos diferentes de Vinho do Porto. Os vinhos Ruby mantêm a cor tinta, o aroma frutado e o vigor dos vinhos jovens. Em termos de qualidade, podem ser divididos em Ruby, Reserva, Late Bottled Vintage (LBV) e Vintage. Os vinhos das melhores categorias, principalmente o Vintage, podem ser guardados vários anos, pois envelhecem bem em garrafa.

Os Tawny são obtidos por lotação de vinhos de grau de maturação variável, através do envelhecimento em cascos ou tonéis. As cores podem ser o tinto-alourado, alourado ou alourado-claro e os aromas evocam os frutos secos e a madeira, características que são acentuadas com a idade. As categorias existentes são: Tawny, Tawny Reserva, Tawny com Indicação de Idade (10 anos, 20 anos, 30 anos e 40 anos) e Colheita. Podem ser consumidos pouco depois de engarrafados.

Francesinha – Receita
18 Abril, 2018 / ,

A inspiração veio do croque-monsieur, mas o molho inventado num restaurante do Porto e os ingredientes portugueses deram-lhe um sabor único. É um dos pratos típicos do Porto, ideal para os dias e noites mais frios. Eis uma receita simples para fazer quando regressar a casa e sentir saudades do Porto.

Molho:

1 Cerveja

1 cubo de Caldo de Carne

1 Folha de Louro

1 Colher de sopa de margarina

1 Cálice de brandy ou vinho do porto

1 Colher de sopa de farinha de amido de milho

2 Colheres de sopa de polpa de tomate

1 dl de leite

Piripiri q.b.

Modo de preparação

Dissolva bem a farinha com o leite e adicione os restantes ingredientes. Com a varinha mágica triture o preparado. Leve ao lume até ferver e engrossar um pouco mexendo sempre para não pegar.

Sande:

4 fatias de Pão de forma (sem côdea)

2 bifes

2 salsichas

2 linguiças

2 fatias de queijo

2 fatias de fiambre

Tempere as bifanas com sal e pimenta e grelhe-as. Grelhe também a salsicha e a linguiça. Torre ligeiramente as fatias de pão de forma. Num prato que possa ir ao forno coloque 1 fatia de pão de forma, o bife, sobre esta a salsicha ao meio no comprimento e na largura, a fatia de fiambre e a linguiça cortada como a salsicha. Tape com a outra fatia de pão de forma e coloque sobre esta 1 fatia de queijo. Depois de montadas as francesinhas, coloque sobre elas o molho bem quente e leve ao forno previamente aquecido para derreter o queijo.