Cultura

A Estátua que tem o nome da cidade
17 Setembro, 2020 / ,

Na centralíssima Praça da liberdade, mais precisamente na confluência com a Rua Dr. Artur de Magalhães Basto junto ao Edifício do Banco de Portugal, está instalada uma estátua, hoje em dia vista desenhada e fotografada não só pelos milhares de pessoas que nos visitam, mas igualmente por tantos habitantes locais nas suas passagens rotineiras, e que representa um guerreiro.

Ela tem uma série de particularidades que só por si despertam algum interesse.

Desde logo o facto de ser possivelmente a que mais ‘passeou’ pela cidade. Está neste momento e desde 2013 no local mais próximo do ponto para onde foi idealizada, que foi o alto do frontão triangular da fachada do palacete que existia no topo norte da actual Praça da Liberdade onde esteve instalada durante cerca de cem anos a Câmara Municipal até à sua demolição em 1916 para a abertura da então Avenida das Nações Aliadas, actual Avenida dos Aliados. Nessa altura foi apeada e colocada junto ao Paço Episcopal e mais tarde ao lado da Muralha Medieval. Mais tarde voltou a ser removida, desta vez para os Jardins do Palácio de Cristal até que o Arquitecto Fernando Távora, na obra de requalificação da Casa dos 24, a instalou no Terreiro da Sé até ser finalmente depositada no local onde hoje se encontra.

Outro aspecto curioso é que sabemos que foi idealizada e por isso muitas vezes atribuída ao Escultor João de Sousa Alão mas não por si feita. Ele encomendou-a ao Mestre Pedreiro João Silva que foi na realidade o seu autor.

A ideia inicial era adornar aquele palacete que até então tinha sido uma residência particular, com símbolos que o identificassem com as novas funções de Sede dos Paços do Concelho.
E assim foi concebido este guerreiro com as suas armas e um elmo encimado por um dragão, bem como um escudo onde para além da inscrição Portus Cale surgem as Armas da própria Cidade. Por todos estes motivos, esta obra recebeu o nome da própria cidade que simboliza: “Porto”.

Uma última referência tem a ver com o os custos e contrato de pagamento, pois de acordo com os documentos das contas municipais desse ano de 1818, deveria ser liquidada em 3 vezes a quantia de… 343$20. Se não contarmos com as obvias actualizações, este valor corresponde a cerca de € 1,60…

Roteiro dos escritores, pelo Porto ( Almeida Garret )
17 Setembro, 2020 / ,

O Turismo Literário oferece capital cultural pois dá aos leitores possibilidade de percorrer e descobrir lugares relatados, de inspiração, e lugares que marcaram as vidas de escritores e dos seus bens. Da dificuldade em descobrir esses lugares se denota que muito trabalho há a fazer na preservação e na divulgação deste património. Algumas das casas mencionadas têm uma placa informativa, mas não são consideradas património cultural, e nem há um levantamento, de todas as casas que existem. Esta modalidade turística estabelece relações fortes entre os turistas e os seus destinos, relações criativas, afectivas e sociais. O Porto pode assim destacar-se e diferenciar-se como destino rico em património cultural, com história e escritores de renome.

ALMEIDA GARRET

Nasceu em 1799 no Porto, na Rua Dr. Barbosa de Castro próxima dos Jardins da Cordoaria, na casa n.º 37-41, e aí viveu até aos cinco anos, deslocando-se depois para Vila Nova de Gaia.
A meio do primeiro andar da casa, de características setecentistas, num medalhão oval em gesso, colocado pela câmara municipal em 1864, uma inscrição homenageia a memória do autor de “Viagens na Minha Terra”.

 

Há marcas do escritor por toda a cidade :

– Igreja de Santo Ildefonso, onde Garrett foi baptizado em 1799;

– edifício do Colégio de S. Lourenço/Igreja dos Grilos na Sé, e regimento militar improvisado, onde se refugiou durante o cerco do Porto, em 1832, e onde deu início ao romance “O Arco de Sant’ Ana: crónica portuense”;

– Praça Almeida Garret junto à estação de S. Bento;

– Ele foi um dos responsáveis pela introdução do coração de D.Pedro no brasão da cidade do Porto;

– sepultura em sua homenagem no cemitério da Lapa, embora os seus restos mortais se encontram no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa;

– desde 1954, no 1.º centenário da sua morte, uma estátua sua em bronze, tem lugar de destaque em frente à câmara municipal do porto,

– em 2001, quando Porto foi Capital Europeia da Cultura, a Biblioteca Municipal nos jardins do Palácio de Cristal foi baptizada de Almeida Garret.

É descrito como um dandy petulante e vaidoso.

A fonte do Jardim do Marquês já esteve na Praça D. João I?
25 Março, 2020 / ,

 

A fonte que está no Jardim do Marquês tem já uma longa história. Foi colocada neste local em 2006, depois das obras de requalificação do jardim, mas durante décadas iluminou, literalmente, a Praça D. João I.

A Praça D. João I só foi inaugurada em nos anos 40 e com uma aura de grande modernidade, graças aos dois edifícios bastante altos que a ladeavam e que ainda existem. Um deles era, à época da construção o edifício mais alto do país. Fazendo a ligação entre a Rua Passos Manuel e a Avenida dos Aliados, esta nova praça, construída onde antes existiam outros edifícios, viria a receber elementos decorativos marcantes: as esculturas de bronze “Os Corcéis”, que ainda lá estão, e a fonte luminosa, que entretanto mudou de local e que está agora no Marquês, embora desprovida de alguns dos seus elementos originais.

A fonte estava colocada no centro da praça e, para além de ter no fundo o desenho da roda dos ventos, iluminava-se durante a noite. Estava instalada numa pequena rotunda, com calçada portuguesa e arbustos. Naquela altura, os carros e autocarros circulavam na praça e existiam cafés e outros estabelecimentos comerciais no local onde hoje estão as entradas para o parque de estacionamento. A imponente fonte foi mandada construir pelo proprietário de uma importante agência imobiliária.

Casa de São Roque
25 Março, 2020 / ,

A zona oriental da cidade do Porto tem vindo, ao longo dos últimos anos, a renascer quase das cinzas. De facto, um pouco marginalizada quando comparada com outras zonas da cidade, a parte oriental tem vindo a ser alvo de interesse crescente por parte da nova população que procura ali estabelecer-se e também por parte da gestão camarária que tem procurado incentivar a reabilitação da zona. Veja-se, a título de exemplo, o investimento dos Jardins e Parques Urbanos da zona oriental e a parceria que resultou na requalificação da Casa de São Roque.

Esta última merece um destaque particular, e a atenção do caro leitor!

Até há pouco quase em ruínas, a casa renasceu fruto de uma reabilitação primorosa que lhe devolveu o glamour e pôs em evidência a pérola arquitectónica que efectivamente é!

A casa, também conhecida por Palacete Ramos Pinto, fica situada no Parque de São Roque da Lameira, na freguesia de Campanhã, e pretende ser hoje um novo polo cultural da cidade. A casa vai dar a conhecer ao público grande parte da coleção de arte Peter Meeker/Pedro Álvares Ribeiro, estando actualmente patente a exposição “Inventória” com trabalhos assinados por Ana Jotta e a curadoria de Barbara Piwowarska.

Historicamente, temos de recuar até 1759, altura em que, fazendo parte da Quinta da Lameira, a casa funcionou como mansão e pavilhão de caça, como era típico na burguesia e nas famílias nobres do Porto de então. No século XIX, pertenceu à família de Maria Virginia de Castro, que em 1888 se casou com António Ramos Pinto, um dos mais conhecidos produtores e exportadores de vinho do Porto. Foi ele quem promoveu uma primeira remodelação da casa ao arquitecto José Marques da Silva (o mesmo que projectou a estação de São Bento).

Em 1979, toda a quinta e a casa foram adquiridas pela Câmara Municipal do Porto ao último dono, tendo sido preservados a mobília e os objectos mais importantes da casa (hoje em uso na colecção da Casa do Roseiral).

A Casa São Roque é hoje um exemplar marcante das casas da época no Porto, pela suas caraterísticas arquitetónicas e decorativas, acompanhada do seu magnifico jardim, no qual temos de destacar as belíssimas camélias (que inspiram toda uma programação na cidade nos próximos dias 2 a 9 de Março), da qual faz também parte uma visita guiada às camélias centenárias da Casa de são Roque no dia 2 de Março pelas 10h30 com o Professor Armando Oliveira.

A casa é linda, o jardim magnifico, a exposição actualmente patente desafiante – não dará o seu tempo por perdido se lhes dispensar uma visita!

Para mais informações e acompanhamento da oferta disponível, não deixe de consultar: https://www.casasroque.art/pt/

São Gonçalo de Amarante
16 Dezembro, 2019 / , ,

A Igreja, o Convento e a Ponte de São Gonçalo, são o “ex libris” da cidade de Amarante, indissociáveis da figura que lhes dá o nome. A miríade de lendas e crenças, que gravitam em torno deste local, esbatem a realidade numa encruzilhada de tal nebulosidade, que nos atira para a impossibilidade de discernir com rigor onde acabam umas e começa a outra. “Gonçalo foi Santo, e admirável Santo, na primeira idade de menino; santo, e admirável, na segunda de mancebo; santo, e admirável na terceira de varão; santo, e admirável na quarta de velho; e finalmente Santo, e admirável, na quinta, depois de morto” (excerto de sermão do Padre António Vieira no Brasil).

São Gonçalo de Amarante, nasceu por volta de 1190, na freguesia de S. Salvador de Tagilde, no concelho de Vizela, no seio de uma família nobre (os Pereiras). Sob a proteção do arcebispo da Arquidiocese de Braga, Gonçalo cursou as disciplinas eclesiásticas na escola-catedral da Sé arquiepiscopal, vindo a ser ordenado sacerdote e nomeado pároco da freguesia de S. Paio (ou S. Pelágio) de Riba-Vizela. Parte em peregrinação primeiro a Roma donde passou a Jerusalém, onde se demorou 14 anos, deixando os paroquianos ao cuidado dum sobrinho sacerdote. De regresso a Portugal, é escorraçado pelo mesmo que mediante uma trama teria sido nomeado como pároco da freguesia. Resignado, deixa S. Paio de Riba-Vizela, ingressa na vida conventual da Ordem dos Pregadores, recentemente fundada por S. Domingos, construindo uma pequena ermida que dedicou a Nossa Senhora da Assunção, nas margens do rio Tâmega. no local onde hoje se ergue a Igreja e Convento de São Gonçalo, em Amarante. O processo de beatificação foi promulgado em 16 de setembro de 1561. A devoção ao santo mais popular dos santos portugueses, depois de Santo António de Lisboa, espalhou-se por Portugal e Brasil. Em 1540 João III de Portugal e D. Catarina de Áustria, deliberaram a construção de um novo templo e convento dominicano no local, sob a invocação de Gonçalo de Amarante. As obras iniciaram-se em 1543, tendo-se prolongado até ao século XVIII, com intervenções no século XX.

São Gonçalo, no sec. XIII, inicia a construção de uma travessia entre as duas margens (é durante este período que surge uma imensidade de lendas). A ponte desmoronou-se no século XVIII devido às cheias, tendo sido recuperada posteriormente. A famosa defesa da Ponte de Amarante ocorreu em 1809 e foi um dos momentos mais marcantes das segundas invasões francesas. A heroica defesa da ponte, como ficou conhecido o episódio, aconteceu já após as tropas francesas terem ocupado a Igreja de São Gonçalo, tendo sido impedidas de atravessar o Tâmega. Passaram-se mais de 200 anos, mas as marcas de bala de canhão e mosquete ainda perduram na fachada do edifício.

 

 

Amadeo de Souza Cardoso
16 Dezembro, 2019 / ,

Amadeu de Souza-Cardozo  (1887-1918), nasce em Manhufe, Amarante, frequenta Belas-Artes em Lisboa e desloca-se para Paris onde frequenta a Academia Viti de Anglada Caramassa acabando por se dedicar integralmente à pintura. Convive com Modigliani, Brancusi, Archipenko, Juan Gris, Robert e Sonia Delauney. Em 1912 expõe n o Salon des Indépendants e no Salon d´Autonne. Expõe algumas obras no Armory Show (USA) em1913.

Em 1914, encontra-se em Barcelona com Gaudi e o escultor Sola seu amigo e regressa nesse ano a Portugal devido ao início da guerra, instalando-se na quinta em Manhufe com Lucia Pecetto com quem casa posteriormente no Porto.

Morre em Espinho em outubro de 1918, vítima da gripe espanhola.

Amadeo de Souza-Cardozo, constitui a principal referência do Museu ao qual dá o nome, localizado num espaço do edifício que abrigava o convento dominicano de S. Gonçalo de Amarante.

Amor de perdição – a história trágica de um amor impossível
3 Dezembro, 2019 / ,

Amor de Perdição é o livro escrito por Camilo Castelo Branco, em 1862, que narra o amor trágico de dois jovens. A obra, baseada em factos reais, foi escrita quando Camilo estava preso e vivia também um amor proibido.

É um dos romances mais famosos da literatura portuguesa. O livro já foi traduzido para vários idiomas e adaptado quatro vezes ao cinema, sendo uma das versões da autoria do famoso realizador Manoel de Oliveira. Amor de Perdição é também o nome do largo onde fica o Centro Português de Fotografia, antiga Cadeia da Relação do Porto. Foi nesse edifício que Camilo Castelo Branco, preso enquanto aguardava julgamento por adultério, escreveu a sua obra mais famosa.  O nome do largo é, assim, uma homenagem a esse famoso livro.

Camilo Castelo Branco tinha sido acusado de adultério: apaixonou-se por Ana Plácido; o marido dela descobriu e processou os dois amantes por adultério. Foram ambos detidos, julgados e mais tarde absolvidos. Viriam a casar, mas não viveram felizes para sempre. Camilo suicidou-se em 1890 e os últimos anos da sua vida ficaram marcados pela cegueira e pela doença. Enquanto estrava na prisão, o escritor verificou nos registos da cadeia, pormenores de uma história que lhe tinha sido contada por familiares: a do seu tio Simão Botelho, preso e condenado ao degredo por ter assassinado um rival num relacionamento amoroso.

Foi a partir destes factos que Camilo escreveu a história de Simão e Teresa, filhos de famílias rivais de Viseu. Uma paixão proibida, que faz lembrar a de Romeu e Julieta, e cujo desfecho também não foi feliz. Teresa deveria casar com um primo, Baltasar Coutinho, mas o seu amor por Simão levou-a a rejeitar o pretendente. Magoado, Baltasar convenceu o pai da amada a mandá-la para o Convento de Monchique, no Porto. Por curiosidade, referira-se que o edifício do convento, embora muito degradado, ainda existe.

Desesperado, Simão esperou o rival à saída da cidade de Viseu e matou-o a tiro. Entregou-se às autoridades e ficou preso na Cadeia da Relação do Porto, até ser condenado ao degredo na Índia. No caminho, e ao passar de barco junto ao Convento, ainda avistou o vulto da sua amada, que viria a morrer instantes depois, consumida pela tristeza. Ao saber da morte de Teresa, Simão morreu também. O tio de Camilo não teve um final tão trágico, já que chegou ao degredo e por lá viveu. Mas a história de um amor trágico ficou sempre perpetuada nas páginas do livro.

 

 

 

A ÁGUIA E O LEÃO
21 Novembro, 2019 / , ,

Há uns anos, subia a Avenida da Boavista, acompanhada pelos meus dois sobrinhos mais velhos:

– Meninos, quem sabe o que é aquilo lá em cima?!

– É a Águia e o Leão na Rotunda da Boavista!

Sorri ao pensar o quão certa – e também o quão errada – estava a resposta!

O Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular foi projectado pelo arquitecto Marques da Silva e pelo escultor Alves de Sousa. A sua construção, da responsabilidade da Cooperativa dos Pedreiros, iniciou-se em 1909 mas apenas viria a ser inaugurado em 1952, já após o prematuro falecimento de Alves de Sousa, pelo que a sua conclusão ficou a cargo dos escultores Henrique Moreira e José Sousa Caldas. O mesmo destina-se a honrar os heróis da Guerra Peninsular, travada no âmbito das invasões francesas, que opôs Portugal, contando então com a aliada ajuda inglesa, aos exércitos franceses de Napoleão Bonaparte, no período de 1808 a 1814.

Esta parte os sobrinhos não sabiam, mas como a sua tenra idade não aconselhava “guerras”, acabei a explicar-lhes que havia um francês um bocadinho mau que queria que em Portugal só se comesse queijo! Por isso, pedimos ajuda aos nossos amigos ingleses, e mandamos os franceses à fava com o seu queijo! Na altura não me ocorreu melhor disparate, mas eles retiveram a ideia base correcta. Espero….

Composto por um pedestal de 45 metros de altura e rodeado de grupos escultóricos que representam cenas de artilharia, no monumento destaca-se a figura de uma mulher – a Vitória!, à frente do povo,  empunhando na mão esquerda, a bandeira nacional e, na direita, uma espada. No topo, uma alta coluna encimada por um leão (símbolo da bandeira de Inglaterra) sobre uma águia (símbolo do império de Napoleão), elementos que lhe deram o nome popular por que é conhecido.

Apolo Terrasse – O cinema esquecido
7 Novembro, 2019 / , , ,

Poucos se lembram deste cinema, construído no início do século XX e demolido no final dos anos 40 para dar lugar à atual Rua de Ceuta. O Apolo Terrasse surgiu numa altura em que o cinema ganhava popularidade. Inicialmente, os filmes eram projetados em barracões ou nas grandes lojas da cidade, mas, à medida que o interesse do público aumentava e que a produção cinematográfica se diversificava, começaram a ser construídos espaços específicos para a exibição de filmes.

De muitos destes lugares de diversão já restam pouco mais do que memórias. Um deles era o Apolo Terrasse, que terá sido construído em 1912. Situava-se no local onde agora passa a Rua de Ceuta e o acesso principal era feito pela Rua José Falcão, mas teria mais dois acessos: uma pelo piso térreo de uma casa na Rua de Santa Teresa e outro pelo meio de quintais que desciam até à Rua da Picaria. Apesar da localização discreta e da simplicidade decorativa, o edifício destacava-se pela imponência de uma grande estrutura de ferro, que servia de vestíbulo.

 

O Apolo Terrasse foi também construído de forma a poder ser também usado para outro tipo de espetáculos e eventos desportivos. Por outro lado, a construção, constituída por dois pisos ligados por duas escadarias e varandas laterais, revelava também uma grande preocupação com a prevenção de incêndios. A iluminação, feita por candeeiros em forma de globo, era mais um elemento de modernidade neste espaço.

Fonte: O Tripeiro, 7ª Série, Ano XXXV,
Número 1, janeiro e fevereiro de 2016.

Busto de Homenagem a Guilherme Gomes Fernandes
13 Agosto, 2019 / , ,

Da autoria de Bento Cândido da Silva, o busto de homenagem ao Comandante dos Bombeiros do Porto, Guilherme Gomes Fernandes, foi inaugurado em 1915 na praça que ornamenta, desde então, o nome desta ilustre personagem.

Guilherme Gomes Fernandes nasceu na Baía a 6 de fevereiro de 1850. Aos três anos de idade foi viver para a cidade do Porto e aos treze partiu para Inglaterra, com o intuito de frequentar os estudos liceais.

Com 19 anos, Gomes Fernandes fixou residência no Porto. Anos mais tarde, ajudou a fundar a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários (1874-75) e o Corpo de Salvação Pública. Foi nomeado Comandante do Corpo de Bombeiros em 1877 e Inspetor de Incêndios do Porto em 1885. De seguida transferiu-se para a Companhia de Incêndios, assumindo o cargo de comandante. Desenvolveu, igualmente, atividade empresarial na área do jornalismo, tendo criado e dirigido o jornal “O Bombeiro Voluntário”, publicado entre 1877 e 1890.

Guilherme Gomes Fernandes notabilizou-se também, entre outras ações, no combate ao trágico incêndio do Teatro Baquet, em 1888.

O seu contributo para o progresso dos bombeiros do Porto e do país valeu-lhe o título de “Mestre”, assim como condecorações nacionais e internacionais de prestígio.

Guilherme Gomes Fernandes morreu em Lisboa, no Hospital de S. José, a 31 de outubro de 1902.