Eugénio de Andrade, um dos poetas portugueses mais traduzidos, manteve durante grande parte da sua vida uma forte ligação ao Porto.
Embora tenha nascido no Fundão, Eugénio de Andrade (cujo verdadeiro nome era José Fontinhas), viveu no Porto mais de 50 anos, até à sua morte, a 13 de junho de 2005. Chegou ao Porto na década de 50. Nessa altura, e embora já tivesse obras escritas, a sua profissão era inspetor administrativo do Ministério da Saúde e foi nessa condição que, na sequência de uma transferência, veio viver para a cidade. Mais tarde receberia o título de cidadão honorário.
Autor de dezenas de obras que lhe valeram prémios nacionais e distinções internacionais, foi também tradutor de obras de autores como Federico García Lorca ou Jorge Luís Borges. Entre as diversas antologias poéticas de que foi autor, destaca-se aquela que dedicou ao Porto (Daqui Houve Nome Portugal, 1968). Embora cultivasse fortes relações de amizade com outros escritores e artistas, era discreto. Não gostava de dar entrevistas nem de comparecer a eventos sociais e culturais.
Viveu largos anos no número 111 da Rua Duque de Palmela, mas desde 1994 até à sua morte habitou na Casa Serrúbia, na Rua do Passeio Alegre, na Foz do Douro. Esta casa viria a ser a sede da Fundação Eugénio de Andrade, entretanto extinta. Os seus manuscritos e outra documentação estão atualmente na Sala de Coleções Especiais da Biblioteca Pública Municipal do Porto.
Não muito longe dali, no Cemitério do Prado do Repouso, fica a sepultura de Eugénio de Andrade: uma campa rasa em mármore branco, desenhada pelo amigo Siza Vieira, em que estão escritos versos do seu livro “As Mãos e os Frutos”.
Citações:
“A sabedoria do poeta é uma segunda inocência.”
“Uma palavra é como a nota que procura outras para um acorde perfeito”
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