Ponto central da vida estudantil do Porto, esta praça tem o nome de um ilustre matemático, mas são os leões da sua imponente fonte que a tornaram conhecida.
A designação oficial desta praça na Baixa do Porto é uma homenagem a Gomes Teixeira, matemático que foi o primeiro reitor da Universidade do Porto. No entanto, é mais conhecida por Praça dos Leões, devido à fonte em granito e bronze que existe na zona central.
Na verdade, este local é muito anterior à fonte e até à própria universidade. Segundo a lenda, no século XII, o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques e a sua mulher, D. Mafalda, iam a caminho de Guimarães quando a rainha caiu num precipício. Naquele momento de aflição, cada elemento do casal invocou um santo. Gratos por se terem livrado do perigo, terão mandado construir, naquele local, capelas a Nossa Senhora da Graça e São Miguel-o-Anjo (já demolidas).
Já no século XVII surgiram o Convento dos Carmelitas (onde atualmente está o quartel da GNR) e colégios onde era m acolhidos órfãos, o que levou a que este local fosse também conhecido como Largo do Carmo ou Campo dos Meninos Órfãos. Mais tarde, e porque por ali se vendia farinha e pão, foi também conhecido como Praça do Pão ou Praça da Feira do Pão. Já no século XIX, tornou-se Praça dos Voluntários da Rainha, homenageando assim o batalhão liberal do exército português que tinha ocupado o Convento dos Carmelitas.
Quando foi criada a Universidade do Porto, passou a chamar-se Praça da Universidade e, mais tarde, Praça Gomes Teixeira.
O atual edifício da Reitoria da Universidade do Porto foi construído ao longo do século XIX e ali funcionaram também a Faculdade de Ciências e a de Engenharia. A praça ganhou então uma nova vida; a presença dos estudantes foi decisiva para que surgissem cafés, como o mítico Café Âncora d’Ouro (mais conhecido como O Piolho), livrarias e outros serviços ligados à vida académica. As lojas e armazéns nas proximidades criaram também, junto dos portuenses e de quem visitava a cidade, o hábito de fazer compras nesta zona.
Hoje em dia é um dos locais centrais da animação noturna e continua a ser ponto de encontro nos principais momentos da vida académica da cidade, como a Queima das Fitas ou a Receção aos novos alunos da Universidade do Porto.
As igrejas do Carmo e dos Carmelitas, separadas pela casa mais estreita da cidade, são outro ponto de interesse no local.
A fonte
Imponente, esta emblemática fonte foi mandada construir pela Companhia das Águas do Porto em 1882, com o objetivo de fornecer água aquela zona da cidade. Construída em França pela Compagnie Générale des Eaux pour l’Etranger, tem 8 metros de diâmetro e 6 metros de altura, sendo composta por um tanque de granito e por uma fonte central de bronze com quatro leões alados e sentados nas extremidades. Duas taças na parte superior completam a decoração desta fonte que, em tempos, já foi protegida por uma vedação de ferro.